Biópsias Ópticas dos pólipos de intestino durante a Colonoscopia antecipam o diagnóstico da patologia em tempo real. Entenda como funciona.

Os pólipos de cólon, após removidos por polipectomias durante as colonoscopias, são enviados para estudo histopatológico, num processo em que o patologista examina o pólipo no microscópio para definir sua natureza histológica, ou seja, se é uma lesão pré-maligna (adenoma), um câncer precoce (aquele que ainda não invade profundamente a parede do intestino grosso) ou uma lesão sem risco de malignizar (por exemplo, um pólipo inflamatório ou hiperplásico). Os avanços tecnológicos na endoscopia digestiva alteraram esta realidade. Entenda como e porquê.
Biópsias Ópticas
Com os modernos colonoscópios é possível definir a histologia da maioria dos pólipos durante o próprio exame apenas pelo olhar do endoscopista, uma técnica que podemos chamar de Biópsias Ópticas em tempo real. Os atuais consensos sobre novas tecnologias autorizam a conduta de descartar o pólipo após sua remoção (não enviando ao patologista). Saiba exatamente como isso é realizado: o endoscopista remove apenas os pólipos pré-malignos sem precisar de análise patológica posterior (“remover e descartar”), eliminando o estresse da espera pelo resultado da patologia e, ao mesmo tempo, evita remover o pólipo benigno (“diagnosticar e deixar”), ou seja, aquele sem risco de evoluir para câncer. Com este procedimento poupa o paciente de uma polipectomia desnecessária e de suas eventuais complicações. Entenda como isso funciona: ao localizar um pólipo durante a colonoscopia o médico estuda a sua superfície nos mínimos detalhes, utilizando imagens de alta resolução e recursos de magnificação de imagem e cromoscopia eletrônica. Após essa análise consegue-se definir com precisão se os pólipos são do tipo pré-maligno (que tem chance de virar um câncer no futuro) ou não, com a mesma acurácia que se um patologista examinasse o pólipo. O principal motivo de saber esta diferença (se o pólipo é pré-maligno ou não) é definir quando a pessoa precisará realizar a próxima colonoscopia de controle. O diagnóstico baseado em Biópsias Ópticas, dispensando o patologista, serve para qualquer tipo de pólipo? Não. No momento esta conduta é considerada segura apenas nos pólipos muito pequenos, ou seja, os que medem até 5 mm. Os maiores, bem como aqueles com suspeita de malignidade, continuam sendo enviados ao patologista.
Benefícios ao paciente
Esta conduta é baseada nas mais recentes atualizações científicas na área de endoscopia e beneficia o paciente de várias formas, além das já mencionadas: (1) realiza o procedimento em um único ato, ou seja, evita ter que aguardar biópsias para só então remover uma lesão pré-maligna numa segunda colonoscopia; (2) redução de custos para o paciente e/ou seu plano de saúde, que se limita à polipectomia endoscópica, deixando de realizar a análise histopatológica, um procedimento que requer insumos específicos e intervenção de outro especialista (patologista). A redução de custos é ainda maior nos casos em que o endoscopista diagnostica pólipos benignos sem potencial de malignização, pois nestes casos não há polipectomia endoscópica nem análise histopatológica. A Endocentro está capacitada para realizar biópsias ópticas? Sim! Por isso não hesitamos em oferecer ao paciente o que há da mais avançado em nossa área. De acordo com a literatura, dois critérios precisam ser preenchidos: (1) a clínica deve possuir equipamentos que incorporem estes recursos avançados em endoscopia: magnificação e cromoscopia eletrônica; (2) os médicos endoscopistas devem possuir expertise no uso das classificações internacionalmente comprovadas dos diferentes padrões que os pólipos colorretais apresentam à magnificação e cromoscopia.
Qual é a evidência científica para o uso das Biópsias Ópticas?
O uso da magnificação de imagem associada à cromoscopia teve início nos anos 90 no Japão, quando especialistas, como o Dr. Shin Ei Kudo, descobriram os padrões que permitiram correlacionar a visão do endoscopista com a do patologista por meio de magnificação de imagem. Aos poucos os principais centros de endoscopia do mundo começaram a testar e comprovar a eficácia da magnificação para antecipar o diagnóstico histológico dos pólipos. A técnica foi se consolidando, sendo que hoje é consagrada a classificação de padrões de criptas das lesões colorretais, mais conhecida como “Classificação de Kudo”. Desde então, a tecnologia evoluiu ainda mais com a cromoscopia eletrônica (que dispensa uso de corantes químicos), monitores maiores e com altíssima definição de imagem etc., o que teve como consequência natural, a partir de 2009, a ideia de que as Biópsias Ópticas possam substituir a patologia para avaliar os pólipos. Os estudos comparativos da acurácia das Biópsias Ópticas com a patologia proliferaram desde então, até que em 2015 as Sociedades de Endoscopia Digestiva da Europa e dos Estados Unidos incluíram em seus protocolos oficiais, também chamadas guias de condutas (guidelines), a adoção da estratégia de remover e descartar pólipos pré-malignos (conhecida em inglês como resect and discard) e a de evitar polipectomias ou biópsias nos pólipos que não oferecem risco de malignização (estratégia diagnose and leave), com a ressalva de que os médicos endoscopistas tenham expertise no método, como explicado acima. O Consenso Europeu foi atualizado (Update) em novembro de 2019 e incluiu em sua bibliografia um artigo original onde testamos as biópsias ópticas em nosso meio (Região Sul do Brasil).
Respeito à autonomia do paciente
Em certos casos, por preferência do paciente, fatores culturais ou mesmo em respeito à opinião do médico solicitante do exame, apesar das explicações acima a respeito das novas tecnologias, o paciente pode desejar que todos os pólipos retirados do seu intestino sejam examinados por patologista. Os endoscopistas da Endocentro reconhecem que, mesmo com respaldo da comunidade científica e das melhores evidências a favor desta estratégia, a opinião do paciente deve ser respeitada. Neste caso, basta entrar em contato com a clínica (por telefone, e-mail ou whatsapp) e solicitar o envio dos pólipos para estudo histopatológico, pois os mesmos permanecem sob a guarda da clínica adequadamente identificados, prontos para o envio.
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